sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Núcleo Colonial de São João Del Rei

São João Del Rei


Situada em local muito aprazível, de clima ameno e saudável, na margem esquerda do rio das Mortes, encontramos a progressista São João Del Rei!.

O córrego do Tijuco (depois Lenheiro) corre de sul à norte, dividindo-a em dois bairros: o da Matriz e o de S. Francisco. As ruas do bairro da Matriz são, em geral, mal alinhadas, contrastando com as do bairro de S. Francisco que são retas, com casas bem arejadas, possuindo, sem exceção, um pomar ou um vergel, que lhes dá um aspecto repousante e agradável. Unindo os dois bairros duas soberbas pontes de cantaria, cada uma com três alçadas.



Contava São João Del Rei, nesta época distante, com cerca de 1600 casas de um só pavimento, distribuídas em 33 ruas e 10 praças. Entre essas casas haviam 80 sobrados, alguns dos quais de notável beleza. Entre outros, sobressaíam os seguintes edifícios públicos: o teatro, o prédio nacional da extinta Intendência e Fundição de Ouro, o sólido edifício do Paço Municipal com a cadeia instalada no seu pavimento inferior e a Santa Casa de Misericórdia. Dedicados à religião católica contavam-se onze igrejas, entre as quais a admirável Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a de Nossa Senhora das Mercês, a de Nossa Senhora do Carmo e a de S. Francisco de Assis.

A sua população era então de aproximadamente 11 mil almas. Saindo da cidade em direção ao norte, além de algumas pontes, encontramos a do Porto, construída sobre o rio das Mortes e a mais notável da Comarca, pela sua extensão e solidez, toda ela em aroeira do sertão.

Finalmente, estendendo-se perpendicularmente ao rio das Mortes e continuando além desse até o rio Carandaí. Deparamos com uma das mais agradáveis paisagens da terra mineira. Trata-se de uma bela planície, com uma largura variando de 250 metros a 2 quilômetros, cuja área admitia-se abrigar mais de 300 mil moradores.

Divide-se em duas partes, uma do Lenheiro ao rio das Mortes e a outra daí ao rio Carandaí. Essa segunda parte é de particular beleza, causando enlevo e admiração a visitantes estrangeiros que em épocas remotas a visitaram, como Auguste de S. Hilaire. É chamada Várzea do Marçal, local escolhido para a instalação do Núcleo Colonial de São João Del Rei.

Essas notas foram reunidas por um ilustre são-joanense, Aureliano Corrêa Pimentel, nos idos de 1881. D. Pedro II, admirando a cultura e os princípios morais desse grande sãojoanense, o levou para a Corte, para ser professor de seus filhos... E atribuem ao Imperador a seguinte frase: “Prefiro o título de Professor às honras de Imperador do Brasil."

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